Aprendi que perder um ente querido, embora muito doloroso, pode ser uma oportunidade de tremendo crescimento espiritual e alegria ao entender realmente o lindo plano de felicidade de nosso Pai.
Há alguns meses atrás, minha colega de quarto falou comigo em um momento de necessidade. Alguém muito próximo dela tinha morrido, e ela estava experimentando um tipo de dor completamente novo. Ela expressou para mim que se sentia deprimida, incapaz de compreender plenamente o trauma que tinha acontecido. Ela encontrou-se incapaz de comer, de dormir, de funcionar normalmente, e chorava constantemente. Embora tivéssemos sido colegas de quarto fazia pouco tempo, ela se abriu para mim porque eu também tinha experimentado a mesma dor pessoalmente.
Enquanto ela descrevia seus sentimentos de entorpecimento, lembrei-me de um tempo em que eu também me sentia deprimida. Havia dois anos, meu irmão que tinha 18 anos, Spencer, faleceu de câncer. Eu sentia que não seria capaz de continuar; tudo à minha volta parecia estar sem importância e sem sentido.
Embora minha dor seja muito pessoal, eu não sou a única com uma experiência assim. No seu discurso da conferência geral de outubro de 2012, “Porque Eu Vivo, e Vós Vivereis“, Élder Shayne M. Bowen do quórum dos setenta descreve sua tristeza devastadora e solidão provocadas pela morte de seu bebê. Meus sentimentos foram ecoados quando ele disse: “Na maior parte do tempo, senti que estava tendo um sonho ruim e que logo despertaria, e aquele terrível pesadelo chegaria ao fim.” Apesar de sua história devastadora, seu discurso é cheio de esperança e redenção — a mesma mensagem que tentei compartilhar com minha amiga quando ela procurou meu conselho sobre como lidar com essas emoções extremas.
Tenho memórias distintas dos dias imediatamente após a morte do meu irmão e as tentativas das pessoas para me confortar. Uma amiga expressou que, embora tanto eu como ela acreditássemos no plano da salvação do Senhor e a promessa da Ressurreição, o conhecimento não tirou a dor totalmente.
Nesses tempos de provação aparentemente insuportável, somos tentados, como minha amiga, a questionar nossa fé em um Pai amoroso no céu e insistir que, apesar da veracidade da doutrina, não faz nenhuma diferença real quando sofremos. Mas prometo que faz sim.
Desde a morte do meu irmão, vim a acreditar que o plano de salvação faz toda a diferença quando lidamos com a dor da perda de um ente querido. Embora eu ainda sinta falta do meu irmão e sinta que minha família está incompleta, a doutrina da Ressurreição tem me salvado. Meus anos de estudo das escrituras e oração diligente deram-me a fé para suportar minhas provações com um testemunho construído sobre um alicerce em Cristo.
Durante este tempo, minhas orações sem parar ao Pai Celestial se tornaram minha redenção. Orei pela paz, pelo conforto e por um entendimento melhor do plano de salvação. Vim a entender que o Senhor também precisava de meu irmão, e que sua morte não foi o fim. Quanto mais orei, mais entendi que, como Élder Bowen disse: “o mundo espiritual é real. Os ensinamentos dos profetas sobre a vida após a morte são verdadeiros. Esta vida é apenas um passo transitório ao longo de nossa jornada de volta à presença de nosso Pai Celestial.”
Embora minha perda tenha sido e continue sendo dolorosa, estou tremendamente grata ao Pai Celestial pelas doces verdades espirituais que me ensinou e pela força que ele deu para mim e minha família. Sei que se eu for fiel, minha família poderá permanecer juntos para sempre porque o plano de felicidade de Deus é real.
Leia o discurso de Élder Bowen “Porque Eu Vivo, e Vós Vivereis“.
Fonte: Conferência Geral
—Camden Hardy-Harrison, Mormon Insights
Encontre mais reflexões
Assista ou leia o discurso da conferência geral de 2008 de Élder L. Tom Perry “O Evangelho de Jesus Cristo.”
Leia o discurso de Élder Robert D. Hales sobre o plano de Pai Celestial.
Traduzido por Marisa Hart, Mormon Insights